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Família Jafet lança Centro de Memória Digital e reforça: contar o passado é falar para o futuro

  • Foto do escritor: Vinícius De Lauri Ribeiro
    Vinícius De Lauri Ribeiro
  • 17 de mai.
  • 3 min de leitura

Com mais de 138 anos de história no Brasil e raízes profundas no Ipiranga, os Jafet criam o perfil @memoriajafet para preservar memórias, compartilhar valores e inspirar novas gerações — do bairro para o mundo._

Entrevista exclusiva por e-mail para o Ipirangando.SP

Porta-voz: Basilio Chedid Jafet, dirigente do Grupo Jafet.


Há histórias que atravessam séculos.

E há famílias que entendem que manter essas histórias vivas é um dever com as futuras gerações.



É com esse espírito que a família Jafet, uma das mais emblemáticas da história do Ipiranga — e do Brasil —, lança o Centro de Memória da Família Jafet, um espaço digital nas redes sociais, agora também no Instagram, através do perfil @memoriajafet, criado para preservar, compartilhar e dar novas vozes às trajetórias dos seus pioneiros.


Em entrevista exclusiva por e-mail ao Ipirangando.SP, Basilio Chedid Jafet, um dos dirigentes do grupo, fala sobre a importância de contar essas histórias hoje, da responsabilidade que carrega esse legado e de como o passado, quando bem cuidado, pode ser farol para o presente e para o futuro.

Resgatar memórias é mais do que um projeto familiar

Para Basilio, o centro de memória nasce com a missão de ser mais do que um arquivo da família.

“Visa não só os descendentes dos seis irmãos pioneiros que vieram do Líbano, mas também um público ainda maior. Contando nossa história, estamos contando a história da imigração libanesa no Brasil e parte da história do próprio Brasil”, destaca.


Histórias pouco conhecidas que precisam ecoar

Entre os episódios menos conhecidos, Basilio destaca o período mais difícil da trajetória da família: em 1965, durante a ditadura militar, o governo suspendeu os créditos da Mineração Geral do Brasil, maior empresa do grupo, levando a família à recuperação judicial.

“Roberto Jafet, então presidente do grupo, adotou um gesto silencioso mas poderoso: usou uma gravata preta como símbolo de luto e luta até pagar cada um dos credores. É uma história de honra, dignidade e perseverança que merece ser contada.”


O legado que vai além dos negócios

Os encontros familiares seguem como um dos pilares para manter viva a memória dos pioneiros.

“A cada cinco anos, cerca de 500 familiares se reúnem no Clube Atlético Monte Líbano. O próximo será em 2027. É uma oportunidade de troca entre gerações e de valorização dos legados que vão muito além dos empreendimentos materiais: ética, honestidade, respeito e trabalho.”


O Ipiranga como casa, palco e símbolo de memórias afetivas

Os palacetes erguidos no Ipiranga continuam sendo marcos arquitetônicos, mas para a família, são lugares de pertencimento e memória.

“Ali aprendi a dirigir. Muitos de nós nasceram e cresceram ali. São espaços que nos conectam com nossas raízes”, conta Basilio.


Filantropia como parte indissociável da história

Além dos negócios, Basilio lembra com orgulho das ações filantrópicas que marcaram a trajetória da família, como a fundação do Hospital Sírio-Libanês, liderada por Adma Mokdessi Jafet, esposa do pioneiro Basilio Jafet.


O Centro de Memória como presente ao bairro

Mais do que resgatar sua própria história, os Jafet querem que o Centro de Memória @memoriajafet seja uma ferramenta para que o Ipiranga — e quem nele vive — se reconecte com sua própria identidade.

“Muitos não sabem que nossa tecelagem foi a maior empregadora do bairro. Contar essa história é recontar a história do Ipiranga.”


O poder das memórias que ainda podem surpreender

“A memória tem essa força de revelar o que estava esquecido. Queremos que o centro de memória seja um espaço aberto, para que histórias inesperadas venham à tona.”


Entre orgulho e responsabilidade: o equilíbrio necessário

Ao falar do equilíbrio entre orgulho e responsabilidade, Basilio é enfático:

“Nosso trabalho precisa ser generoso e rigoroso. Não é sobre autolouvação, é sobre prestação de serviço à sociedade.”


O que a trajetória dos Jafet ainda ensina

“Queremos que o bairro se orgulhe ainda mais de seu passado e perceba que coisas maravilhosas aconteceram por aqui — e continuam sendo patrimônio de todos”, diz Basilio, que encerra a entrevista com um agradecimento emocionado:

“Sem vocês, ipiranguistas, nossa história não teria sido possível. Muito obrigado, de coração.”



Legendas das fotos:

• Benjamin Jafet, o pioneiro, em 1887. Acervo da família Jafet

• Basilio Jafet, liderança da comunidade sírio-libanesa. Acervo da família Jafet

• Nami Jafet, primogênito dos seis irmãos pioneiros, primeiro presidente da tecelagem do Ipiranga. Acervo da família Jafet

• Basilio Chedid Jafet, dirigente do grupo. Foto de Ricardo Matsukawa, 2023. Acervo da família Jafet

• Antiga fábrica de tecidos do Ipiranga, fundada em 1907. Acervo da família Jafet

• Mineração Geral do Brasil, em Mogi das Cruzes (SP). Acervo da família Jafet

 
 
 

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